segunda-feira, 26 de maio de 2008

Rosa



E ali estava ela.
Tão vermelhinha,
Ainda com algumas gotas do orvalho da manhã,
Gotas que correm na doce pétala,
Lágrimas que escorrem na face inocente de criança.
Fiquei ali,
Observei-a abrir as folhas
Enquanto o sol subia no céu.
Cabeça apoiada na mão,
Vestido sujo da pura terra.
Estendi a mão e toquei
No espinho mais aguçado,
O grito percorreu o ar,
Veloz,
Uma torrente de lágrimas e sangue
Manchou o chão de pedra.
E ela resplandecia,
Rejubilava,
Como se dissesse
“Eu avisei-te”.

domingo, 25 de maio de 2008

És tu


Digo que és tu,
És tu a luz,
Que com passos seguros
Me guia no escuro.
És tu a esperança,
Que cintila sofregamente
No meu pobre coração.
És tu a dor,
Que me arranha a garganta
E me impede de falar,
Que me queima os olhos
Cada vez que te vejo partir,
Que me assombra os lábios
Quando não sinto o teu doce beijo.
És tu que me formas,
És tu que me dás vida,
És tu
Que sou eu.