segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

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Desapareceste... Como pudeste deixar-me desamparada? Se estivesses aqui, e eu voltasse atrás no tempo, provavelmente fazia beicinho e ficava chateada contigo por me teres feito tal coisa. Mas não estás aqui, e não podemos voltar atrás.
Todos os dias sentem pesado o vazio que deixaste para trás.
Eu mereci, eu sei, mas como pudeste?

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

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Tentamos sempre convencer o mundo de que somos aquilo que gostaríamos de ser, mas não somos. Não temos coragem de ser, por isso temos que convencer, ao menos, para parecermos menos cobardes.
Perguntaste-me no outro dia o que é que significas para mim e não te soube explicar o suficiente. É isso que tu és, és o real, apesar de não estares sempre presente, és a oportunidade de ser como eu e não como os outros sabem ou pensam que sabem, é a oportunidade de ser eu como tu sabes. És ideal, apesar de real, apesar de seres de carne e osso com virtudes e defeitos, que eu conheço tão bem. És feito de passado, de presente e de futuro. És feito de memórias, momentos, fragmentos, gravados a quente no coração.
És tu, e a palavra tu chega, porque és único e só tu és tu, e ninguém percebe para alem de nós dois o que somos juntos, por vezes nem eu percebo, nem tu, mas percebemos o suficiente para saber que não é possível terminar sem deixar marcas.
E ao fim de um momento complicado ou de um dia confuso, basta-me pensar em ti para me lembrar do que sou, do que quero vir a ser, da pessoa digna do que tu esperas de mim.
Ensinas-me e recordas-me para não cair na vulgaridade e para, apesar de ser o caminho mais difícil, ser sempre fiel a mim. Mas apesar disto tornei-me numa pessoa diferente, uma rapariga idêntica ás que dantes desprezava. Fui vulgar, desculpa, mas bati com a cabeça na parede a tempo, e vou voltar ao que era, prometo, não a ti mas a mim.
Ninguém pode preencher o vazio do teu lugar, e não é o vazio de presença, é o vazio de coração, e por isso, apesar de saber que não mereço, peço-te para estares presente. Apenas como amigo, não te posso pedir mais nada, mas por favor, está presente como amigo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A Vida



A vida é um conceito subjectivo, dependente das suas interpretações.
Perguntássemos a um cientista e ele dir-nos-ia, imediatamente e espantado por não sabermos, que a vida é o bater do coração, o funcionamento do corpo, a interacção com o meio e uma data de outros dados científicos. Perguntássemos, no entanto, a um filósofo e ele entraria num mundo de teorias existenciais e suposições.
Para mim, nem cientista nem filósofa, é simples.
A vida é o brilho no olhar, o grito de excitação, o abraço de saudade, o choro de perda. A vida são emoções, boas ou más, positivas ou negativas, benéficas ou destrutivas, sentimentos. A vida é sentir, nem que seja um pingo de chuva nos lábios ou um fio de cabelo nos dedos, é ouvir, nem que seja o bater do coração no peito de alguém, é ver, nem que seja um simples sorriso de reconhecimento.
E é disto que as pessoas se esquecem, nas suas rotinas ocupadas, nos seus afazeres frenéticos. E é disto que precisamos de relembrar o Mundo. E é esta a chave para a felicidade tão procurada.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ninguém disse que era fácil...



Ninguém disse que era fácil, e por mais que ao sol brilhe, na escuridão a flor perece.
Se ao menos pudéssemos voltar ao início talvez voltássemos ao que éramos, fomos metades.
Conta-me os teus segredos, conta-me as tuas histórias, tudo de novo, vamos tentar. Mas uma metade está partida.
Lamento, lamento tanto por nos ter estragado, e acredito verdadeiramente que, por mais que queiras, por mais que tentes, não me consegues consertar.
Sempre acreditei que eras o meu destino, the one. E és, és o sonho, o ideal, para sempre, mas nunca serás o real e o presente, porque eu sei que uma metade partida nunca te irá ser suficiente.
Não fazes ideia do que és, do que significas. Pensas-te tão pequeno quando, na verdade, és o tamanho do meu mundo. És tão grande que algum poder superior me fez nascer para te dizer que te amo.
Lamento, lamento tanto não ter aguentado a pressão. Parti um pedaço meu, mas nele permaneces como dor fantasma.
Não me permito guardar lembranças, pois guardar algo que te recorde seria admitir que algum dia te poderia esquecer.
Mas ri-te, meu amor, porque eu quero-te feliz, consigo discernir esse facto na minha cabeça ás voltas. Mostra o teu sorriso, tenho esperança que o som das tuas gargalhadas regenere, de alguma forma miraculosa e fantástica digna de ti, a minha metade partida. Vamos esperar que sim, para que nos possamos encaixar de novo, num momento perfeito, numa dança de outro mundo.
Por agora contento-me com o sonho, com o ideal? Por ti, claro que sim...
A esperança é a última a morrer, mas ninguém disse que era fácil.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Por Amor...



Eras capaz de deixar o teu mundo ir,
Eras capaz de deixar a tua vida ruir,
Por amor?

Davas tudo o que tens de bom,
Davas o gosto, a cor e o som,
Por amor?

Vendias um gesto teu,
Roubavas um gesto meu,
Por amor?

Diz-me:
“Se o amor fosses tu,
Não pensava duas vezes”.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Vem cá



Vem cá, vem aqui, chega-te ao pé de mim. Deixa-me ver-te melhor, deixa-me analisar-te melhor, deixa-me saborear-te melhor.

Estiveste aqui, desde sempre, não me lembrava do que era viver sem ti, mas talvez não fosse assim tão difícil se não conhecesse a forma como os teus lábios tocam o meu cabelo quando me abraças, se não conhecesse o teu cheiro, a aspereza das tuas mãos que sabe tão bem nas minhas, a suavidade dos teus lábios nos meus, se não soubesse todos os traços do teu rosto de cor, se não pensasse em ti todos os minutos, segundos, milésimas de segundo do meu tempo, se não te visse o olhar fixo no meu e a sensação de partilhar a mente, o eu, o ser. Difícil foi sim, quando te fechaste no teu próprio mundo, quando me empurraste para longe e deixaste de ser quem conhecia o meu eu, não imaginas a dor que me provocaste ao esquecer tudo aquilo que és, tudo aquilo que sou, tudo aquilo que somos, éramos juntos, não imaginas o sofrimento que me fizeste sentir ao ver parte de mim perder-se em si própria e deixar de ser o que era, não imaginas o que me fizeste sentir ao ver-te morrer um pouco todos os dias, e levaste um pedaço de mim sempre que a tua luz desvaneceu um pouco, desvaneceste até apagares. Morreste durante um minuto, e foi a pior sensação que já tive, mas não tardou o momento em que comecei a ouvir o lento e fraco bater do teu coração outra vez no meu, fraco, tão fraco, mas vivo, e tentei juntar todas as minhas forças para te fortalecer, para voltares a ser o que eras, para voltarmos a ser o que éramos, para nos conhecermos de novo, para nos analisarmos de novo, para sentir o gosto de ti em mim outra vez. Estou exausta de tanto esforço e não sei se tenho força suficiente, não sei se consigo trazer-te de volta, não sei se alguma vez serás o mesmo. Só sei que neste momento não és o tu que eu conheço, não és o tu que me conhece, e não te consigo deixar ir, mas também não sei se alguma vez serei capaz de te deixar ficar, não sei se consigo ficar apenas com memórias como sustento para a alma, apenas com fragmentos de ti, mas estou disposta a tentar.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

5 Senses


Quero que sintas com as mãos
Cada traço do meu rosto,
Cada curva do meu corpo.
Quero que percorras com os olhos
Todas as cores que existem nos meus,
Todos os sinais presentes em mim.
Quero que beijes gentilmente
Todas as partes da minha pele,
Todas as rugas dos meus lábios.
Quero que sintas o aroma
De todos os meus fios de cabelo,
De todas as gotas do meu perfume.
Quero que ouças as notas
De todos os timbres da minha voz,
De todos os sons do meu riso.
Porque só quando me sentires com todos os sentidos
Vou acreditar que me amas como sou.
Todas as partes da minha pele,
Todas as cores dos meus olhos,
Todos os meus beijos suaves,
Todos os aromas da minha essência
E todos os sons pronunciados por mim.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Exaustão

Estiveste aqui, desde sempre, não me lembrava do que era viver sem ti, mas talvez não fosse assim tão difícil se não conhecesse a forma como os teus lábios tocam o meu cabelo quando me abraças, se não conhecesse o teu cheiro, a aspereza das tuas mãos que sabe tão bem nas minhas, a suavidade dos teus lábios nos meus, se não soubesse todos os traços do teu rosto de cor, se não pensasse em ti todos os minutos, segundos, milésimas de segundo do meu tempo, se não te visse o olhar fixo no meu e a sensação de partilhar a mente, o eu, o ser. Difícil foi sim, quando te fechaste no teu próprio mundo, quando me empurraste para longe e deixaste de ser quem conhecia o meu eu, não imaginas a dor que me provocaste ao esquecer tudo aquilo que és, tudo aquilo que sou, tudo aquilo que somos, éramos juntos, não imaginas o sofrimento que me fizeste sentir ao ver parte de mim perder-se em si própria e deixar de ser o que era, não imaginas o que me fizeste sentir ao ver-te morrer um pouco todos os dias, e levavaste um pedaço de mim sempre que a tua luz desvaneceu um pouco, desvaneceste até apagares. Morreste durante um minuto, e foi a pior sensação que já tive, mas não tardou o momento em que comecei a ouvir o lento e fraco bater do teu coração outra vez no meu, fraco, tão fraco, mas vivo, e tentei juntar todas as minhas forças para te fortalecer, para voltares a ser o que eras, para voltarmos a ser o que éramos, para nos conhecermos de novo, para nos analisarmos de novo, para sentir o gosto de ti em mim outra vez. Mas estou exausta de tanto esforço e não sei se tenho força suficiente, não sei se consigo trazer-te de volta, não sei se alguma vez serás o mesmo. Só sei que neste momento não és o tu que eu conheço, não és o tu que me conhece, e não te consigo deixar ir, mas também não sei se alguma vez serei capaz de te deixar ficar, não sei se consigo ficar, apenas com memórias como sustento para a alma, apenas com fragmentos de ti.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Saudade

Já me queima os lábios dizer o teu nome,
Pois sinto o gosto de saudade,
Amargo e frio, na boca,
E o aperto seco no peito,
Que me faz arfar de dor.
O fogo quente da raiva, por me deixares assim,
Alastra nas minhas entranhas,
Secando-me as lágrimas de dor por estares longe,
Deixando apenas cinzas,
Memórias cinzentas,

Tempos em pó.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

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Uma estrela ilumina-te,

Uma linha encurva-te os lábios,

Um calor aquece-te o coração

E um tremor endormece-te os dedos.

Sei, então,

Que o meu nome está seguro na tua boca.

sábado, 24 de janeiro de 2009



Estou aqui sozinha a observar-me a mim própria enquanto espio os outros, e aqui permaneço, neste banco de jardim.
Algo em mim me diz que não virás. Não importa, é a mim por quem aguardo, mas chamo silenciosamente por ti.
Talvez sejam as recordações que eu gostasse de encontrar e o que um dia nos perdemos a dizer um ao outro. Disparates, sem sentido algum.
Questionava-te o que seria se fosse animal, se fosse elemento, se fosse cor. Dizias que seria um felino, água ou cor-de-rosa.
(Inacabado)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Salvação



Não me apetecia ficar em casa, por isso resolvi sentar-me num banco do parque a observar as pessoas, os hábitos e tudo mais que por ali passava. Apesar de trazer as minhas luvas vermelhas, tinha as mãos geladas. Para além das mãos, também o coração se me gelava no peito, lutando para continuar a bater.
Seguias no rumo da tua vida, passando pelo parque por pura coincidência e viste-me ali sentada, com o rosto branco de frio, onde sobressaíam duas rosetas cor de rosa e os lábios vermelhos, viste-me a alma e o coração, naquele dia, quando me olhaste nos olhos. Fizeste-me corar.
Pediste se te podias sentar ao meu lado, mas sentaste-te antes que pudesse acenar que sim, e ficaste ali, em silêncio. Um silêncio, não de desconforto, mas de compreensão, como se não te pudesse dizer nada que tu não soubesses. Passou-se muito tempo, horas, e quando anoiteceu pediste pra me levar a casa, foram as tuas ultimas palavras nesse dia. Deste-me um beijo e caminhaste de volta, mas soube que voltarias.
Hoje, quero que me aqueças o coração como aqueceste, quero que tornes mais fácil para ele bater. Hoje falo-te, quero-te, vivo-te.