quarta-feira, 5 de maio de 2010

Vício



Vício. Vício.
Aaaaiii, vício.
Apanha-me, agarra-me, prende-me, mastiga e deita fora, mastiga e deita fora, não te preocupes, vou querer outra vez. Põe de novo na boca. Ai vício, vício. Ai vida, vida. No que me fui meter? NO MELHOR. No pior, vai-te destruir. Faz-te bem. AMO-TE. Não te suporto. Quero-te outra vez. Passas-me o isqueiro?

terça-feira, 23 de março de 2010

Acordar


O momento em que acordo tornou-se no melhor momento do dia. Acordo com a música que me faz lembrar de ti. A alegria invade-me o peito, na breve ignorância do sono, sorrio. Estico a mão para te tocar, suspiro e viro a cara para te ver dormir. Elabora-se na minha mente a frase, já quase na minha boca, Vamos amor, temos que acordar! mas nesse momento o meu olhar atinge o ponto vazio onde devias estar, a minha mão toca no lençol frio e engulo as palavras. Desligo a música que despertou e começo, então, outro dia cinzento. Passam as horas lentamente até chegar ao fim. Encosto a cabeça na almofada e bloqueio todos os pensamentos, tristes, indesejados, adormeço com a esperança de, quando acordar, me esquecer outra vez.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Pai

Memórias, fragmentos, tenho-os desde pequena pois sempre estiveste presente e eu nunca parei para pensar em como sempre fizeste tudo ao teu alcance para me fazer feliz, nunca parei para pensar em todo o carinho que colocas nos gestos mais pequenos, mais simples, nunca parei para pensar que em todas as palavras que tu proferes, mesmo as menos desejadas, reflectes tudo o que sentes por mim, nunca. Até ao dia em que foste para longe.
Pesam remorsos no meu coração por querer que fiques sempre comigo, mesmo sabendo que não é possível e que fazes tudo o que podes para estarmos juntos mais vezes, pesam remorsos por nunca me ter apercebido da falta que me fazes até ao momento em que tiveste que ir.
Criança que fui ao pensar que sabia tudo e que tinha sempre razão, e criança que fui ao alguma vez duvidar de ti.
Mas, agora, percebo. Percebo que te amo como nunca vou amar ninguém, porque amor entre pai e filha é especial. Amo-te como todo, como único, e amo a forma como me encorajas para dar o meu melhor, te orgulhas de mim, e me ensinas, tão bem, a ser eu, o modo como me reconfortas e como me repreendes quando é preciso. Percebo que, estejas onde estiveres, estarás sempre presente em mim.
Agradeço-te, assim, por seres e teres sempre sido, o melhor pai do Mundo.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Eu peço por ti



É estúpido, eu sei, mas eu peço por ti todas as noites. Não sei a quem ou a quê, mas peço por ti. Talvez seja a um Deus, a alguma entidade superior, talvez a algo desconhecido ou a alguém que esteja a ouvir. Talvez a mim própria numa súplica estrangulada para não deixar que nada te aconteça, talvez a uma qualquer transcendência para te dar o melhor do Mundo e tudo o que desejas, talvez aos ouvidos distantes daqueles presentes em ti para que varram as tuas preocupações como se se tratasse apenas de poeira ou talvez ao vento que bate na janela para que te leve tudo de bom que há em mim, que te leve palavras carinhosas e tas sussurre ao ouvido, que te dê alento para alcançares os teus ideais, que te deixe um beijo leve nos lábios e te roube os pesadelos que te atormentam. Talvez apenas peça por um sorriso no teu rosto.
Eu sei que é estúpido, mas eu peço por ti.