sábado, 24 de janeiro de 2009



Estou aqui sozinha a observar-me a mim própria enquanto espio os outros, e aqui permaneço, neste banco de jardim.
Algo em mim me diz que não virás. Não importa, é a mim por quem aguardo, mas chamo silenciosamente por ti.
Talvez sejam as recordações que eu gostasse de encontrar e o que um dia nos perdemos a dizer um ao outro. Disparates, sem sentido algum.
Questionava-te o que seria se fosse animal, se fosse elemento, se fosse cor. Dizias que seria um felino, água ou cor-de-rosa.
(Inacabado)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Salvação



Não me apetecia ficar em casa, por isso resolvi sentar-me num banco do parque a observar as pessoas, os hábitos e tudo mais que por ali passava. Apesar de trazer as minhas luvas vermelhas, tinha as mãos geladas. Para além das mãos, também o coração se me gelava no peito, lutando para continuar a bater.
Seguias no rumo da tua vida, passando pelo parque por pura coincidência e viste-me ali sentada, com o rosto branco de frio, onde sobressaíam duas rosetas cor de rosa e os lábios vermelhos, viste-me a alma e o coração, naquele dia, quando me olhaste nos olhos. Fizeste-me corar.
Pediste se te podias sentar ao meu lado, mas sentaste-te antes que pudesse acenar que sim, e ficaste ali, em silêncio. Um silêncio, não de desconforto, mas de compreensão, como se não te pudesse dizer nada que tu não soubesses. Passou-se muito tempo, horas, e quando anoiteceu pediste pra me levar a casa, foram as tuas ultimas palavras nesse dia. Deste-me um beijo e caminhaste de volta, mas soube que voltarias.
Hoje, quero que me aqueças o coração como aqueceste, quero que tornes mais fácil para ele bater. Hoje falo-te, quero-te, vivo-te.