quarta-feira, 30 de julho de 2008

?

Todos os dias penso e repenso se os meus olhos serão dignos da luz brilhante que me ilumina os passos na escuridão, se a minha pele será digna do vento seguro que me empurra quando rodopio sem rumo nas ondas da vida.
Todos os dias as dúvidas me atormentam de novo, se os meus dedos serão dignos de te percorrer a pele quente e macia, se os meus lábios serão dignos de tocar levemente o teu belo e forte corpo.
Porque se de tal fosse digna, porque insistiria a luz brilhante em apagar-se em cada esquina que encontro? Porque se silenciaria o vento seguro deixando-me à deriva quando eu mais preciso? Porque teimaria a tua pele quente e macia em derreter-se perante os meus dedos, enganando-me, se alguma vez lá estivera? Porque se afastaria o teu belo e forte corpo como se empurrado pelo sopro dos meus lábios?
Afinal, porque seria uma simples e tola rapariga como eu, digna de tais tesouros?
Talvez, por divertimento, um travesso Deus do Olimpo me tenha imposto tais dúvidas, tais ilusões, sabendo, cruelmente, que nunca passarei de mais do que um minúsculo grão de areia perdido no meio do longo areal do destino, apenas digno de ser empurrado pelas ondas ou levado pelo vento.

Sem comentários: